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Nome(s) comuns:
Percevejo-verde-pequeno-da-soja

Nome Científico:
Piezodorus guildinii (Westwood, 1837)

Ordem:
Hemiptera

Familía:
Pentatomidae

Culturas que ataca:
Soja

Características Morfológicas:
Um percevejo verde pequeno, com cerca de 10mm de comprimento e na forma adulta apresenta-se de cor verde amarelada, apresenta uma listra transversal marrom avermelhada na parte dorsal do tórax, próximo da cabeça, é o pronoto. É possível, por transparência, ver-se na metade posterior do protono uma mancha escura que pode apresentar um fundo avermelhado. As ninfas apresentam, medindo apenas 1mm, com abdome volumoso, com a metade anterior do corpo pardo-escura ou negra e o abdome amarelo-avermelhado, com várias manchas negras.

Ciclo de Vida:
As posturas são bem características, com fileiras duplas de ovos pretos, sobre as vagens ou mais raramente nas folhas, nos caules e nos ramos, em numero de 10 a 32.

Comportamento:
Ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde a região tropical até as regiões de expansão recente do norte e nordeste do Pais. As ninfas possuem comportamento gregário, permanecendo próximas à postura. Utiliza hospedeiros alternativos, como o feijão guandu e no verão completa suas gerações na cultura e posteriormente, dispersa-se para outras hospedeiras, como as anileiras.

Danos:
Os danos podem resultar da sucção de seiva dos ramos ou hastes e de vagens. Ao sugarem ramos ou hastes, os percevejos podem ser limitantes para a produção da cultura, pois, devido provavelmente a toxinas que injetam, provocam a "retenção foliar" ou soja louca, ou seja, as folhas não caem normalmente e dificultam a colheita mecânica.
No caso de ataque às vagens, os prejuízos podem chegar a 30%, pois com a sucção de seiva as vagens ficam marrons e "chochas".
Os danos causados pelas ninfas aumentam de intensidade com o desenvolvimento do inseto, prejudicando a cultura do 3º ao 5º instar, atingindo 8mm.

Medidas de Controle:
O nível de ação, a partir do qual o controle químico dos percevejos deve ser realizado, é de quatro percevejos adultos ou ninfas com mais de 0,5cm, observados na média das amostragens pelo pano-de-batida. Para o caso de campos de produção de semente, esse nível deve ser reduzido para dois percevejos por pano-de-batida. Embora os percevejos possam estar presentes na cultura, em diferentes períodos do desenvolvimento da planta, causam problemas apenas na fase de desenvolvimento de vagens e enchimentos de grãos.
A ocorrência em alta população durante o período vegetativo é comum, mas não constituem um risco para o rendimento de grãos da cultura e também não será esta a população que, a partir do final da floração, irá colonizar a lavoura. Em função do uso de cultivares de soja pertencentes a diferentes grupos de maturação, as primeiras lavouras colhidas, servem como inoculo de percevejos para as lavouras vizinhas mais tardias que ainda estão desenvolvendo vagens e grãos. Sendo assim, recomenda-se muita atenção com este tipo de lavoura, pois a intensa e rápida migração dos insetos, pode causar danos irreversíveis à cultura.
Recomenda-se que o mesmo produto ou um grupo de produtos, não seja utilizado repetidas vezes, ou que se aumente a dose de produtos, pois esses procedimentos poderão intensificar o problema.
Uma alternativa economia de controle e a utilização de sal de cozinha (cloreto de sódio) com metade da dose de inseticida recomendado para sua região. Esta alternativa consiste na mistura do inseticida com uma solução de sal a 0,5%, ou seja, 500g de sal para cada 100 litros de água colocados no tanque pulverizador, mas em caso de aplicação aérea, esta concentração aumenta para 0,75%. O primeiro passo e faze a salmoura separada, que deve ser misturada à água do pulverizador que, por último, receberá o inseticida. Após o uso, o equipamento de pulverização e todas as partes que tiveram contato com esta solução, deve ser lavados com água e sabão neutro, evitando assim a corrosão do sal.
Como controle biológico, utiliza-se a T. basalis, ocorrendo naturalmente nas lavouras, sendo que o uso inadequado de inseticidas reduz drasticamente sua população, prejudicando sua eficiência no controle do percevejo. O T. basalis deve ser utilizado em áreas onde o controle de lagarta foi realizado com produtos biológicos ou seletivos.
Para manter altas populações do parasitóide nas lavouras e manter a praga abaixo do nível de ação no período de desenvolvimento e formação das sementes, recomenda-se a liberação do adulto de T. basalis na quantidade de 5000/ha. Podendo ser realizado através de ovos parasitados, em cartelas de papelão, sendo neste caso 3 cartelas por hectare, colocadas nas plantas dois dias antes da emergência do adulto.
O T. basalis não deve ser utilizado quando:
* não houver percevejos na cultura, pois o parasitóide necessita de hospedeiro
** a população de percevejos já estiver próxima do nível de dano econômico (4 percevejos/pano)
*** tenha sido pulverizado produto não seletivo
É preferencialmente recomendado para áreas contínuas de microbacias hidrográficas. Nessas, a presença de vegetação nativa é fundamental para servir de refugio e facilitar o restabelecimento do equilíbrio entre as pragas e os inimigos naturais.
 

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