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Nome(s) comuns:
Percevejo verde ou fede-fede

Nome Científico:
Nezara viridula (Lineus, 1758)

Ordem:
Hemiptera

Família:
Pentatomidae

Cultura que ataca:
Soja, Trigo

Características Morfológicas:
Percevejos que medem de 12 a 17 mm de comprimento, apresentam coloração verde, às vezes escura porém com a face ventral verde-clara e antenas avermelhadas.
As ninfas de 1º e 2º instares medem 1,3 e 3,1mm e apresentam coloração preta e manchas brancas sobre o dorso, permanecendo agregadas e, praticamente, não causam danos à planta, mas depois do 3º instar, as ninfas passam a alimentar-se dos grãos de soja, aumentando a intensidade até o 5º e último instar, quando já medem 9mm, tendo como duração do período ninfal entre 20 a 25 dias.
As formas jovens têm coloração escura com manchas vermelhas, amarelas e pretas e têm o hábito de aglomerar-se sobre a planta.

Ciclo de Vida:
A fêmea faz a postura na face inferior das folhas ou nas partes mais abrigadas das plantas e cada uma põe até 200 ovos, sendo em média entre 50-100 ovos, agrupados em placas hexagonais, de coloração inicial amarelada e próximo da eclosão, rosada.

Comportamento:
É uma espécie polífaga, utilizando várias plantas hospedeiras para completar suas gerações ate colonizar novamente a cultura.
As formas jovens, desde que nascem, alimentam-se da seiva, introduzindo seu aparelho bucal nos tecidos das folhas, hastes e frutos. Os adultos tem o mesmo hábito das ninfas, com uma longevidade de 70 dias aproximadamente
Apresenta diapausa hibernal facultativa na fase adulta, provavelmente devido à redução de temperatura e falta de alimento,. No início da primavera, os adultos migram das matas, capoeiras e outros refúgios em busca de alimento, mudando de cor, passando de verde para castanho arroxeado.


Danos:
Soja:
Os danos podem resultar da sucção de seiva dos ramos ou hastes e de vagens. Ao sugarem ramos ou hastes, os percevejos podem ser limitantes para a produção de soja, pois, devido provavelmente a toxinas que injetam, provocam a "retenção foliar" ou soja louca, ou seja, as folhas não caem normalmente e dificultam a colheita mecânica.
No caso de ataque às vagens, os prejuízos podem chegar a 30%, pois com a sucção de seiva as vagens ficam marrons e "chochas".

Trigo:
Este inseto ocorre nas bordas da lavoura ou em reboleiras, próximas aos locais de abrigo no inverno.
Os danos ocorrem, principalmente, na fase de emborrachamento. O inseto introduz os estiletes do aparelho bucal, através da bainha da folha bandeira e, pelo efeito tóxico da saliva ou extração de seiva, causa a morte da espiga, de parte dela ou apenas de espiguetas. As espigas, ao emergirem da folha bandeira, apresentam-se esbranquiçadas e secas, confundindo-se com o sintoma causado por geadas. Após a fase de espigamento, os danos são muito reduzidos, normalmente, não havendo necessidade de controle.

Medidas de Controle:
O nível de ação, a partir do qual o controle químico dos percevejos deve ser realizado, é de quatro percevejos adultos ou ninfas com mais de 0,5cm, observados na média das amostragens pelo pano-de-batida. Para o caso de campos de produção de semente, esse nível deve ser reduzido para dois percevejos por pano-de-batida. Embora os percevejos possam estar presentes na cultura, em diferentes períodos do desenvolvimento da planta, causam problemas apenas na fase de desenvolvimento de vagens e enchimentos de grãos.
A ocorrência em alta população durante o período vegetativo é comum, mas não constituem um risco para o rendimento de grãos da cultura e também não será esta a população que, a partir do final da floração, irá colonizar a lavoura. Em função do uso de cultivares de soja pertencentes a diferentes grupos de maturação, as primeiras lavouras colhidas, servem como inoculo de percevejos para as lavouras vizinhas mais tardias que ainda estão desenvolvendo vagens e grãos. Sendo assim, recomenda-se muita atenção com este tipo de lavoura, pois a intensa e rápida migração dos insetos, pode causar danos irreversíveis à cultura.
Recomenda-se que o mesmo produto ou um grupo de produtos, não seja utilizado repetidas vezes, ou que se aumente a dose de produtos, pois esses procedimentos poderão intensificar o problema.
Uma alternativa economia de controle e a utilização de sal de cozinha (cloreto de sódio) com metade da dose de inseticida recomendado para sua região. Esta alternativa consiste na mistura do inseticida com uma solução de sal a 0,5%, ou seja, 500g de sal para cada 100 litros de água colocados no tanque pulverizador, mas em caso de aplicação aérea, esta concentração aumenta para 0,75%. O primeiro passo e faze a salmoura separada, que deve ser misturada à água do pulverizador que, por último, receberá o inseticida. Após o uso, o equipamento de pulverização e todas as partes que tiveram contato com esta solução, deve ser lavados com água e sabão neutro, evitando assim a corrosão do sal.
Como controle biológico, utiliza-se a T. basalis, ocorrendo naturalmente nas lavouras, sendo que o uso inadequado de inseticidas reduz drasticamente sua população, prejudicando sua eficiência no controle do percevejo. O T. basalis deve ser utilizado em áreas onde o controle de lagarta foi realizado com produtos biológicos ou seletivos.
Para manter altas populações do parasitóide nas lavouras e manter a praga abaixo do nível de ação no período de desenvolvimento e formação das sementes, recomenda-se a liberação do adulto de T. basalis na quantidade de 5000/ha. Podendo ser realizado através de ovos parasitados, em cartelas de papelão, sendo neste caso 3 cartelas por hectare, colocadas nas plantas dois dias antes da emergência do adulto.
O T. basalis não deve ser utilizado quando:
* não houver percevejos na cultura, pois o parasitoide necessita de hospedeiro
** a população de percevejos já estiver próxima do nível de dano econômico (4 percevejos/pano)
*** tenha sido pulverizado produto não seletivo
É preferencialmente recomendado para áreas contínuas de microbacias hidrográficas. Nessas, a presença de vegetação nativa é fundamental para servir de refugio e facilitar o restabelecimento do equilíbrio entre as pragas e os inimigos naturais.

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