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Nome(s) comuns:
Percevejo Marrom

Nome Científico:
Euschistus heros (Fabr., 1974)

Ordem:
Hemiptera

Família:
Pentatomidae

Culturas que Ataca:
Soja

Características Morfológicas:
Com 11mm de comprimento, de coloração marrom escura, com uma meia-lua branca no final do escutelo e 2 espinhos laterais no protorax. As ninfas são marrons ou cinza, com bordos serrados
As ninfas recém eclodidas medem 1mm, permanecendo sobre o ovo.

Ciclo de Vida:
O adulto tem uma longevidade de 116 dias.
Faz postura em fileira dupla de massa de ovos amarelos, normalmente com 5 a 8 ovos por massa, apresentando uma mancha rósea, próximo à eclosão das ninfas, são colocados principalmente nas folhas ou nas vagens da cultura.

Comportamento:
Proveniente da América Tropical, estando mais adaptado aos climas quentes, sendo abundante do norte do Paraná ao Centro-Oeste do Brasil. Tem diapausa na palhada da cultura anterior, protegendo-se de parasitóides e predadores, por aproximadamente 7 meses, não se alimenta, mas consegue sobreviver das reservas de lipídeos, que foram armazenadas antes da diapausa.

Danos:
Os danos podem resultar da sucção de seiva dos ramos ou hastes e de vagens. Ao sugarem ramos ou hastes, os percevejos podem ser limitantes para a produção de soja, pois, devido provavelmente a toxinas que injetam, provocam a "retenção foliar" ou soja louca, ou seja, as folhas não caem normalmente e dificultam a colheita mecânica.
No caso de ataque às vagens, os prejuízos podem chegar a 30%, pois com a sucção de seiva as vagens ficam marrons e "chochas".

Medidas de Controle:
O nível de ação, a partir do qual o controle químico dos percevejos deve ser realizado, é de quatro percevejos adultos ou ninfas com mais de 0,5cm, observados na média das amostragens pelo pano-de-batida. Para o caso de campos de produção de semente, esse nível deve ser reduzido para dois percevejos por pano-de-batida. Embora os percevejos possam estar presentes na cultura, em diferentes períodos do desenvolvimento da planta, causam problemas apenas na fase de desenvolvimento de vagens e enchimentos de grãos.
A ocorrência em alta população durante o período vegetativo é comum, mas não constituem um risco para o rendimento de grãos da cultura e também não será esta a população que, a partir do final da floração, irá colonizar a lavoura. Em função do uso de cultivares de soja pertencentes a diferentes grupos de maturação, as primeiras lavouras colhidas, servem como inoculo de percevejos para as lavouras vizinhas mais tardias que ainda estão desenvolvendo vagens e grãos. Sendo assim, recomenda-se muita atenção com este tipo de lavoura, pois a intensa e rápida migração dos insetos, pode causar danos irreversíveis à cultura.
Recomenda-se que o mesmo produto ou um grupo de produtos, não seja utilizado repetidas vezes, ou que se aumente a dose de produtos, pois esses procedimentos poderão intensificar o problema.
Uma alternativa economia de controle e a utilização de sal de cozinha (cloreto de sódio) com metade da dose de inseticida recomendado para sua região. Esta alternativa consiste na mistura do inseticida com uma solução de sal a 0,5%, ou seja, 500g de sal para cada 100 litros de água colocados no tanque pulverizador, mas em caso de aplicação aérea, esta concentração aumenta para 0,75%. O primeiro passo e faze a salmoura separada, que deve ser misturada à água do pulverizador que, por último, receberá o inseticida. Após o uso, o equipamento de pulverização e todas as partes que tiveram contato com esta solução, deve ser lavados com água e sabão neutro, evitando assim a corrosão do sal.
Como controle biológico, utiliza-se a T. basalis, ocorrendo naturalmente nas lavouras, sendo que o uso inadequado de inseticidas reduz drasticamente sua população, prejudicando sua eficiência no controle do percevejo. O T. basalis deve ser utilizado em áreas onde o controle de lagarta foi realizado com produtos biológicos ou seletivos.
Para manter altas populações do parasitóide nas lavouras e manter a praga abaixo do nível de ação no período de desenvolvimento e formação das sementes, recomenda-se a liberação do adulto de T. basalis na quantidade de 5000/ha. Podendo ser realizado através de ovos parasitados, em cartelas de papelão, sendo neste caso 3 cartelas por hectare, colocadas nas plantas dois dias antes da emergência do adulto.
O T. basalis não deve ser utilizado quando:
* não houver percevejos na cultura, pois o parasitoide necessita de hospedeiro
** a população de percevejos já estiver próxima do nível de dano econômico (4 percevejos/pano)
*** tenha sido pulverizado produto não seletivo
É preferencialmente recomendado para áreas contínuas de microbacias hidrográficas. Nessas, a presença de vegetação nativa é fundamental para servir de refugio e facilitar o restabelecimento do equilíbrio entre as pragas e os inimigos naturais.

 

   

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